domingo, 12 de junio de 2011

Latinoamérica. Calle 13


Calle 13 é um fenômeno no mundo hispânico nos últimos anos. É um dos maiores expoentes da nova musica hispânica critica, ele pega as tradições dos grandes músicos críticos desta terra latina, mas ele é um pouco deferente, Calle 13 faz um convite para dançar, pega também as musicas comerciais porque pra ele o mais importante é transmitir uma mensagem para toda America Latina. E o qual é essa mensagem? Que a gente é um único povo, diferente, diverso, mas o mesmo povo todos e todas irmãos e irmãs. Que a gente tem que fazer uma revolução, uma mudança social unidos, mas que esse caminho esta na educação e não nas armas. Dança, união, revolução e identidade própria. Isso é Calle 13.

No ultimo álbum tem uma dessas musicas que você escuta e fica tudo arrepiado. é, chama-se "latinoamerica" e nela canta com Maria Rita do Brasil, Totó la Momposina da Colômbia e Susana Baca do Peru. Más hoje, precisamente hoje escutei sua versão em Villa del Mar (chile) com dois dos grandes artistas desse país, primeiro, Inti illimani, um grupo que é legendário em todos os andes, um dos maiores representantes da música andina. E com a Camila Moreno, uma das novas vozes da nova musica popular chilena. De novo, fiquei com os olhos molhados, a pele arrepiada e o coração batendo a mil. Quer compartilhar com vocês todo o que diz esta musica. Pra que entendam um pouco minha emoção.





A Letra

o que está em parêntese são algumas observações minhas.


"Sou… sou o que deixaram

Sou todos os restos do que roubaram

Um povo escondido na cima (muitos povos indígenas sobreviveram subindo nas cimas geladas das montanhas como os Koguis, U'was e Arhuacos, na Colômbia)

Minha pele é de coro, por isso suporta qualquer clima.

Sou uma fabrica de fumaça

Mao de obra camponesa para teu consumo (a maioria dos obreiros latinos, anteriormente eram camponeses e que fomos e ainda somos países de camponeses)

Frente de frio no meio de verão.

O amor nos tempos de cólera, meu irmão! (o livro de Gabirel Garcia Marquez, colombiano)

O sol que nasce e o dia que more

Com os melhores por de sol

Sou o desenvolvimento em carne viva (tem que ver com que o primeiro lugar aonde se implementou o discurso do "desenvolvimento" foi América Latina, e as consequência disso são evidentes...)

Um discurso político sem saliva

As caras mais bonitas que conheci

Sou a fotografia dum desaparecido (por as numerosas ditaduras que o continente viveu, e os infinitos desaparecidos, da Argentina, Chile, Colômbia, América Central)

O sangue dentro de tuas veias

Sou um pedaço de terra que vai a pena

Uma cesta de feijão. Sou Maradona contra Inglaterra (o feijão é um símbolo da América Latina, desde México até o Brasil, o feijão nunca falta na mesa latina. O de Maradona é conhecido como o melhor gol da historia dos mundiais)

Fazendo dois goles. (além, foi o partido no mundial depois da Guerra das Malvinas, entre Argentina- Inglaterra, aonde Argentina perdeu a guerra, mas ganhou o partido)

Sou o que sustenta minha bandeira

A espinha dorsal do planeta é minha cordilheira. (a cordilheira dos andes)

Sou o que me ensinou meu pai

Que não quer sua pátria, não quer sua mãe.

Sou América Latina, um povo sem pernas, mas que caminha

você não pode comprar o vento (primeiro canta em español e depois em português.)
você não pode comprar o sol (critica a tendencia atual no neliberalismo: tratar de comprar tudo, mas existem coisas que você não pode comprar)

você não pode comprar a chuva


você não pode comprar o calor

você não pode comprar as nuvens

você não pode comprar as cores

você não pode compra. minha alegria

você não pode comprar as minha dores

Tenho as lagoas, tenho os rios

Tenho meus dentes pra quando sorrio.

A neve que maquia minhas montanhas (pelas grandes "nevados" que existem no continente)

Tenho o sol que seca e a chuva que me banha. ( o deserto mais seco do mundo (deserto de Atacama, Chile) e a região mais úmida (floresta Chocoana, Colombia))

Sou um deserto bêbado de peiote (o peiote é uma bebida alucinógena sagrada utilizada por alguns indígenas de México)

Um trago de pulque para cantar com os coiotes (pulque é uma bebida alcoolica feita com Maguey (ao igual que o Tequila))

Tudo o que preciso, tenho meus pulmões respirando azul clarinho

A altura que sufoca ( a sensação nas altas montanhas andinas é de sufoco, também é conhecido como mal de montanha, na Colômbia a gente fala isso como soroche)

Sou as molas da minha boca, mastigando coca (mastigar coca é uma atividade comum entre os indígenas andinos, você começa mastigar coca quando consegue a maioria de idade até você morrer, da sabedoria segundo muitos povos indígenas)

O outono com suas folhas desmaiadas

Os versos escritos sob as noites estreladas

Uma vinha cheia de uvas (referencia a Argentina e Chile, por seus vinhos)

Um canavial sob o sol na Cuba (A economia cubana e a identidade cubana esta muito ligada ao cultivo de cana, e o tabaco)

Sou o mar Caribe que vigia as casinhas

Fazendo rituais de água benta (referencia à santeria e o Vodu, religões caribenhas semelhantes ao candomblé)

O vento que penta meus cabelos

Sou todos os santos que penduram de meu colo (o catolicismo em América latina se espalhou por muito santos e santas que muitas vezes eram sincretizados de deuses americanos e africanos, sem dúvida em nenhum outro lugar é tão importante os santos como em este continente)

O suco da minha luta não é artificial

Porque o abono da minha terra é natural (referencia a luta contra os transgênicos)

Trabalho bruto, mas com orgulho

Aí se compartilha, o meu é seu

Este povo não se afoga com marulho

E se derrubasse, eu o reconstruiu

Tampouco pestanejo quando te olho

Para que se lembre do meu sobrenome

A operação Condor invadindo meu ninho (a operação Condor foi uma operação desenhada pelos EEUU para controlar toda America latina, teve consequência em todos os países latino-americanos)

Perdôo mas nunca esqueço

Vamos caminhando

Aqui se respira luta

Vamos caminhando

Eu canto porque se escuta

Vamos caminhando

Aqui estamos em pé

Viva A America!

Não pode comprar minha vida".

sábado, 11 de junio de 2011

Lloviendo sobre mojado... los productos y comportamientos de nuestra época.

Puede ser que para muchas personas sea obvio lo que quiero decir, pero para mi es una de las cosas que más me tienen pensando a veces no se si sea bueno no pensar tanto en eso. Me refiero a la mierda del mundo reflejada en los rostros de las personas, me explico, últimamente cuando miro a una persona, miro sus ojos, sus movimientos corporales, se me hace imposible evitar pensar en sus miedos, en sus rencores, en los problemas que debe tener para actuar de esa forma, para tener esa mirada. Colombia, y en especial Bucaramanga ha cambiado muchísimo, o tal vez fui yo el que cambié y por eso sea consciente de las cosas que ahora pasan. Siento que las personas ahora tienen una forma de mirar cargada de odio, cargada de muchos resentimiento y como desilusionadas de la vida, como si no quedara más cosa por hacer que entretenerse con drogas y fiestas todas las noches. Ahora siento como si todas las personas trataran de cargar unas enormes máscaras que los ayudan a protegerse, protegerse de ser heridos, supongo... lo más curioso es que todos, absolutamente todos quieren representar un papel, un papel importado, un papel traído del norte.

Ahora, existe un cambio a los argumentos que usaba antes y los de ahora. Desde antes lo pensaba cosas parecidas, pero nunca lo había vivido tan fuerte. Antes lo asumía como una verdad y me limitaba a poner el ejemplo de la ropa, pero creo que ahora siento que la cosa va más allá de consumir objetivos, sino que afecta los estilos de vida.


Todo esto me hace pensar en que este mundo está sumergido en un nihilismo, en una depresión y en una crisis impresionante (nada nuevo, lo sé). Creo que eso también me hace aferrarme más en lo que siempre he creído: A este mundo le hace falta un poco más de ingenuidad, de mirada de niño, de sorprendernos, de ver la belleza en lo simple, de amor, de sanar heridas, pero también de critica, de despertar, de entender en el juego en que estamos y de transformación hacia lo colectivo, lo interno y el equilibrio. Lo sé, lo sé, estoy "lloviendo sobre mojado", nada nuevo para la mayoría de mis amigos, pero sentí una tremenda necesidad de escribirlo y comentarlo, tal vez la ida a Brasil afectó a que lo que parecía obvio acá, no lo fuera mas.